Ir ao cinema e sair de lá deslumbrado ou passar duas horas de bom entretenimento não é fácil. Temos de ser realistas e admitir que o cinema anda um bocadinho a atravessar o deserto e a implorar por um qualquer cacto com resquícios de água. Nada de estranhar no mundo das artes, valham-nos algum oásis que vão aparecendo pelas mãos de artistas que dão honra a esse título.
Ontem tive o prazer de assistir a um desses oásis. True Grit – A Indomável recupera (com todo o respeito possível pelo género) os westerns que ficaram esquecidos na década de 70 mas que são marcos incontornáveis do cinema. De histórias de cowboys e índios, donzelas em apuros, homens feios e porcos e a degradação de saloons, os westerns construíram um género que arrecadou milhares de fãs. Os irmãos Cohen conseguiram dar vida a este género que se já julgava morto mantendo tudo aquilo que caracteriza estas histórias: acção, humor negro bem doseado e de uma inteligência estonteante, referências bíblicas que contrastam com a dureza de certos momentos e um Jeff Bridges a construir uma personagem que dá gosto ver. Rooster tem a sua dose de comédia, seriedade e coração mole. E Maddie é simplesmente uma pequena actriz a conseguir ofuscar os grandes.
Divertido e a evocar a memória de tempos áureos do cinema, True Grit traz de volta os westerns alimentando-se da mestria de um filme que conta com o toque dos (imbatíveis) irmãos Cohen.
Considerações finais:
Mais uma vez Matt Damon fica aquém do esperado, embora a personagem dele não seja principal é completamente ofuscado ao longo do filme.
É pena que Tom Chaney apenas aparece durante meia dúzia de minutos, queria ver o potencial do actor.
Cenários fantásticos que pareciam escolhidos ao pormenor e uma banda sonora perfeita durante a viagem de cavalo no final do filme.
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